FORO PRIVILEGIADO, FORA!

 Opinião

Por Alexandre Santucci

Somos uma terra de miseráveis!

Parece que vivemos como o mundo civilizado vivia há mais de 100 anos. É incrível, sim de não se acreditar, como é possível ainda vivermos com tantos privilegiados, tantos amigos do rei?

“Privus Lex”, o privilégio, ao pé da letra “Lei Individual”. O privilégio dado, concedido a alguém pelo mandatário, o rei, o imperador...

É curioso como nosso país faz de indivíduos classes, a classe dos privilegiados. Há por toda parte: juízes, presos, políticos, funcionários públicos, delatores... Sempre uma brecha que favorece e acentua o tom: Privilégio!

Você pode ser um assassino, mas como é deputado não pode ser preso, ou ter 60 dias de férias mesmo que seu trabalho seja ineficiente, leniente, moroso. Você também pode receber auxilio creche mesmo que não tenha filhos nessa idade ou que exista uma creche pública ao lado da sua casa. Você pode ser um estuprador e mesmo assim tem o direito de sair da cadeia pelo mesmo motivo que outro preso morreu. Você pode acumular um monte de penduricalhos mesmo que exceda inúmeras vezes ao teto salarial fixado no país. Aqui um presidente faz o que quiser afinal ninguém manda nele e pouco importa se isso afeta a vida do outro, afinal é o dono do Brasil.

Essa é uma terra de assassinos, miseráveis, ricos e de privilegiáveis.  Não importa muito quais sejam os meios, se for elegível ou privilegiável essa é sua terra.

Ao longo da minha vida ouvi várias vezes que o Brasil é o país para enriquecer, não é a terra das oportunidades é a terra para enriquecer, isso acontece por que somos privilegiáveis. Basta ter acesso a quem expede os “passaportes”, passaporte que te de acesso ao próximo nível.

Nessa semana intensa, de vários acontecimentos que escancaram um país sem nenhum compromisso com a justiça social, que mostra sua face mais cruel perante o povo, que deixa claro que se quiser ter qualquer chance na vida você precisa ser amigo do rei, que tanto faz se o povo sofre o que importa são os interesses escusos de determinada classe, me pergunto.

-Como chegamos nesse estágio?

Uma terra de miseráveis, não só por não termos uma distribuição de renda digna de uma das 10 maiores potencias econômicas, mas miseráveis de pensamento reflexivo. Somos fruto de um sistema covarde, vil, que sem nenhum escrúpulo direciona o pensamento, seja pela obrigação de incluir OSPB e EMC no currículo escolar em detrimento da retirada de Sociologia e Filosofia, seja pela exclusão posterior sem que em nada se explique ao povo.  Ao longo das ultimas décadas a educação vem sendo multilada propositalmente para que o povo realmente acredite ser o povo mais empreendedor do mundo, quando na realidade os sonhos vão sendo destruídos pela maior privilegiado desta nação: o sistema bancário, que cobra caro para que você não realize seu sonho. O povo é induzido para se achar orgulhoso, viramos uma terra de técnicos de futebol, empresários, médicos e mais um monte de outras coisas. Somos um povo que quer colher sem plantar!

 Estruturalmente nos achamos os maiores em tudo, a grande maioria acha que é melhor que o outro, torce pelo fracasso indiscriminado e como nos falta justiça (por aqui ninguém é de fato penalizado a não ser que seja o mais miserável dos miseráveis), seguimos o jogo, mesmo por que a pena máxima nesse país é um sexto da pena, que pena!

Que semana Brasil!